Bom dia, Boa tarde, Boa noite.
A cuia do chimarrão é objeto de várias teorias, crendices, superstições, chegando a ser tratada quase como se tivesse vontade própria. De certa forma, tem mesmo, já que provém do porongo, que algo vivo e de certa forma possuidor de certo livre-arbítrio.
Já tive dificuldades horríveis para curar uma cuia nova, e os melhores resultados não foram totalmente satisfatórios... Acabei tendo que recorrer aos "curandeiros", que levaram ela embora, fizeram seus procedimentos obscuros, e a trouxeram, de fato, melhorada.
O que me incomoda é que a coisa não é assim. Eu como um homem científico (embora não totalmente cientificista) me recuso a adotar procedimentos sem questionar sua viabilidade. É mais que óbvio que deixar a cuia de molho na erva três dias seguidos OU já ir tomando chimarrão com ela não faz (ou não deveria fazer) a menor diferença. Mas enfim, deixemos isso para outros discutirem.
O que me traz aqui é que, aparentemente, descobri um bom meio de dar uma renovada naquela cuia que azedou dum dia pro outro. Evidentemente o que acontece ali é uma proliferação bacteriana, e matar as bactérias bem matadinhas é o primeiro passo para tirar o cheiro ruim e evitar que azede de novo tão fácil, sem falar que o único jeito de tomar um chimarrão bom é numa cuia que não está azeda.
Pois bem, acredito que derramar álcool na cuia e deixar um tempo possa funcionar bem, mas como hoje em dia o álcool está muito pouco concentrado, e seria necessária uma quantidade meio grande de álcool, deixando o procedimento um pouco caro demais.
Outra maneira seria com radiação. Tentando curar minhas cuias das quais já falei, deixei-a de cabeça para baixo sobre uma lâmpada de 40W. De fato esquentou bastante, e as bactérias devem ter morrido, mas também ficou uma mancha carbonizada no fundo da cuia, que contaminou definitivamente o gosto do mate...
Próxima teoria: água quente, muito quente. Isso é o que eu vinha fazendo: despejava água fervendo até preencher dois terços da cuia. Às vezes parecia até que estava efervescente. Aparentemente tinha tudo para dar certo. Mas não: diria eu que, a partir do momento em que a água entrava em contato com a cuia, e mesmo antes, enquanto era derramada, a evaporação e o contato com o ar fazia com que a água já não estivesse tão quente. E tem mais: após derramar a água fora, a cuia ficava úmida e fria, devido à evaporação, e isso seria suficiente para que as poucas bactérias sobreviventes começassem a se multiplicar no "caldo".
Pois hoje fiz algo que realmente parece ter funcionado: pequei a cuia e coloquei, de cabeça para baixo, sobre o bico da chaleira enquanto a água fervia. O vapor saía àquela temperatura muito alta, e ia esquentando a cuia por dentro. Quando a cuia já estava quente POR FORA, ou seja, todas as camadas potencialmente contaminadas já estavam à temperatura máxima, enxaguei a cuia com a própria água fervente, joguei fora rápido antes que esfriasse, e sacudi bem (por um minuto mais ou menos) para que não ficasse resto de umidade.
Pois bem, depois de fazer isso, dentro de uma hora a cuia já estava totalmente seca, limpa e praticamente sem cheiro, tanto que agora estou tomando um chimarrãozinho bem satisfatório...
Por hoje era isso
Helton
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quarta-feira, 27 de maio de 2009
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