domingo, 13 de novembro de 2011

O segredo do Brasil

"Nada
 é
 mais
 continuado,
 tampouco
 é
 tão
 permanente,
 ao
 longo
 desses
 cinco
 séculos,
 do
 que
 essa 
classe
 dirigente 
exógena 
e
 infiel
 a 
seu 
povo.
 No afã de
 gastar
 gentes
 e
 matas,
 bichos
 e
 coisas
 para
 lucrar,
 acabam
 com
 as
 florestas
 mais
 portentosas
 da 
terra.

 Desmontam
 morrarias
 incomensuráveis,
 na
 busca
 de
 minerais.
 Erodem
 e
 arrasam 
terras 
sem
 conta.
 Gastam
 gente, 
aos 
milhões.



Tudo,
 nos
 séculos,
 transformou‐se
 incessantemente.
 Só
 ela,
 a
 classe
 dirigente,
 permaneceu
 igual
 a
 si
 mesma,
 exercendo
 sua
 interminável
 hegemonia.
 Senhorios
 velhos
 se
 sucedem
 em
 senhorios
 novos,
 super-homogêneos 
e 
solidários 
entre
 si, 
numa
 férrea 
união 
superarmada 
e 
a 
tudo
 predisposta 
para 
manter 
o 
povo 
gemendo 
e 
produzindo. 
Não 
o 
que 
querem
 e
 precisam,
 mas
 o
 que
 lhes
 mandam
 produzir,
 na
 forma
 que
 impõem,
 indiferentes 
a 
seu 
destino.



Não
 alcançam,
 aqui,
 nem
 mesmo
 a
 façanha
 menor
 de
 gerar
 uma
 prosperidade
 generalizável
 à
 massa
 trabalhadora,
 tal
 como
 se
 conseguiu,
 sob 
os 
mesmos 
regimes, 
em 
outras 
áreas. 
Menos 
êxito 
teve, 
ainda, 
em
 seus
 esforços
 por
 integrar‐se
 na
 civilização
 industrial.
 Hoje,
 seu
 desígnio
 é
 forçar-nos
 à 
marginalidade 
na 
civilização 
que 
está 
emergindo."

Darcy Ribeiro, em "O Povo Brasileiro"

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

PinguyOS - surpreendente distro à altura do Linux Mint

Ultimamente tenho acompanhado muitos blogs sobre Linux, e recorrentemente aparece gente falando bem de um tal PinguyOS. Recentemente, vi um post que rankeou o Pinguy ACIMA do Linux Mint, uma excelente distro que venho usando há dois anos e me livrou do Windows para sempre (ao menos para uso pessoal, já que no trabalho ainda há "exigências"...).
Essa equiparação e até suposta superioridade do Pinguy me supreendeu a até "aborreceu" um pouco, de forma que baixei o .iso e instalei junto no meu pendrive (onde uso o ótimo Multiboot/Multisystem).
Após o boot, que foi bem rápido, aparece uma tela semelhante ao Ubuntu (o painel superior fica lá em cima), acompanhado de um Docky na parte inferior da tela, e outro ao lado. Não gostei de maximizar a janela e perder a margem inferior ocupada pelo Docky, mas foi fácil configurar o Docky para aparecer somente quando o mouse passasse pela borda inferior da janela.
Não usei muito o sistema, até porque passei o dia todo lendo PDF no trabalho, onde nem tenho internet, mas duas coisas me chamaram bastante atenção:
  • O sistema já vem pré-recheado com UM MONTE de softwares bons e alguns utilitários que é praticamente "obrigatório" instalar (Dropbox, Alltray, Gnome Activity Journal). Alguns eu nem conhecia ainda (também, o iso tem 1.4 giga... Que bom!)
  • O Firefox já vem pré-recheado e pré-configurado com MAIS UM MONTE de extensões bala, evidentemente muitas das quais eu também não conhecia.
No site da distro, o criador explica que resolveu dar uma "super melhorada" no Ubuntu (aparentemente mais e melhor do que os outros melhoradores-de-Ubuntu têm feito) a partir dos desejos, expectativas, e tarefas mais desejadas dos amigos e familiares que usam computador (ponto pra ele, essa é a principal ênfase de metodologias de projeto: centrar no usuário).
O que faz pensar que essa distro ainda vai ficar muito famosa é:
  • Se o cara conseguiu fazer tudo isso meio SOZINHO, é porque o cara é BÃO!
  • A distro é de 2010 (menos de um ano!): imagina o que ainda vem pela frente!
CONCLUSÃO:
Devido à distribuição de painéis meio alienígena (para o meu gosto) e ao caráter recente da distro, por enquanto vou ficar com o Linux Mint. Outra coisa de se pensar é que, com o Docky da forma que veio, muito espaço vertical é roubado pelo painel inferior (no big problem). Entretanto, sempre que eu for bootar em LiveUSB, vai ser difícil não achar que o PinguyOS vem muito mais bem pré-configurado do que o Mint...

(A propósito, se alguém estiver afim de experimentar o Mint, vale a pena considerar o Linux Mint Debian Edition (LMDE), que se separou do Ubuntu. Acho que isso vai ser ainda mais relevante este ano, já que o Ubuntu com Unity vai ser muito mais alienígena do que qualquer outra coisa.