"Nada
é
mais
continuado,
tampouco
é
tão
permanente,
ao
longo
desses
cinco
séculos,
do
que
essa
classe
dirigente
exógena
e
infiel
a
seu
povo.
No afã de
gastar
gentes
e
matas,
bichos
e
coisas
para
lucrar,
acabam
com
as
florestas
mais
portentosas
da
terra.
Desmontam
morrarias
incomensuráveis,
na
busca
de
minerais.
Erodem
e
arrasam
terras
sem
conta.
Gastam
gente,
aos
milhões.
Tudo,
nos
séculos,
transformou‐se
incessantemente.
Só
ela,
a
classe
dirigente,
permaneceu
igual
a
si
mesma,
exercendo
sua
interminável
hegemonia.
Senhorios
velhos
se
sucedem
em
senhorios
novos,
super-homogêneos
e
solidários
entre
si,
numa
férrea
união
superarmada
e
a
tudo
predisposta
para
manter
o
povo
gemendo
e
produzindo.
Não
o
que
querem
e
precisam,
mas
o
que
lhes
mandam
produzir,
na
forma
que
impõem,
indiferentes
a
seu
destino.
Não
alcançam,
aqui,
nem
mesmo
a
façanha
menor
de
gerar
uma
prosperidade
generalizável
à
massa
trabalhadora,
tal
como
se
conseguiu,
sob
os
mesmos
regimes,
em
outras
áreas.
Menos
êxito
teve,
ainda,
em
seus
esforços
por
integrar‐se
na
civilização
industrial.
Hoje,
seu
desígnio
é
forçar-nos
à
marginalidade
na
civilização
que
está
emergindo."
Darcy Ribeiro, em "O Povo Brasileiro"
domingo, 13 de novembro de 2011
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